domingo, 17 de abril de 2011

41. Finalmente as palavras

41. Finalmente as palavras...
  
Raphael e Sophie finalmente cresceram tudo o que iriam crescer.
Eu fingia que estava tudo bem. Mas, a verdade era que isso me assustava.
Raphael que antes vinha até mim correndo, agora andava graciosamente.
Dei um sorriso quando ele se aproximou de mim e me deu um beijo no rosto.
Seu cabelo negro encaracolado caia um pouco sobre a testa e seus olhos brilharam quando viram Jane atrás de mim.
— Bom dia, mamãe! - falou ele sorridente para mim e depois foi para perto de Jane. - Bom dia.
Eles sorriram um para o outro. Mais um sinal de que cresceram rápido demais. Eu ainda não queria acreditar que apenas três meses se passaram.
Sophie agora vinha até mim.
Seu cabelo negro estava na altura da cintura e um sorriso brilhava em seu lindo rosto.
— Oi mãe! - ela me cumprimentou, mas não veio até mim como Raphael. Eu e Rapha sempre fomos os mais próximos. Sophi preferia seu pai que a mimava de mais. E é claro que também preferia o...
— Bom dia, Alec! - ela sorriu para ele e jogou os cabelos para trás. Seus olhos (cheios de maquiagem!) brilhavam para ele. E lógico que os olhos dele também brilhavam quando a viam.
— Bom dia, Sophie.
Seu rosto corou e virou-se para a geladeira.
— Estou morrendo de fome! - declarou.
— Então somos dois, mana! - Raphael disse.
— Eu preparo a comida. - falou papai. - Se bem que era seu pai que deveria fazer isso! - Edward revirou os olhos. - Afinal, vocês herdaram dele esse gene esfomeado.
Raphael riu, mas Sophie não disse nada.
Ela não gostava da transmutação, apesar de ser uma linda loba branca, meio manchada. Ela daria tudo para não ter nenhum gene de lobo.
Já Raphael adorava. Ele era um lindo lobo negro de pelo sedoso e brilhante. Tinha porte de alfa, como o pai.
Quanto a seus poderes vampirescos, ainda não descobrimos nenhum, mas eu tinha certeza que eles teriam algum.
Edward percebeu a cara da neta e pôs-se a fazer os ovos mexidos.
Jake também percebeu e foi até ela, abraçando-a, mas Sophi se desvencilhou dele e foi até a geladeira, pegando um suco e sentando-se na bancada.
Enquanto Raphael parecia super amoroso, Sophi tinha essa... Petulância, que não a deixava se aproximar muito de mim.
Sua guarda era altamente protegida e, ela só a abaixava com Alec.
E isso me deixava... Infeliz.

— Estava uma delícia vovô! - falou Sophi limpando a boca e meu pai sorriu.   
— Que bom que gostou, querida. - disse Edward ainda sorrindo. Ele não falou a palavra neta por que achava que o deixava velho. Papai e mamãe não gostavam de se sentirem velhos, principalmente mamãe.
Sophie se levantou e caminhou para a porta, olhando para Alec. Uma indicação para que ele a seguisse.
— Já vai sair? - perguntei.
— Sim. - respondeu e saiu pela porta, com Alec atrás me olhando como um pedido de desculpas.
Eu assenti e ele saiu.

Alec.
Segui Sophie até a floresta. Eu sabia pra onde íamos. Para a campina.
— Hum... Sophie?
Ela virou-se para mim com um sorriso nos lábios carnudos e vermelhos.
— Sim, Alec?
— Por que estamos indo até a campina? - perguntei.
— Porque eu gosto de lá e... - ela fez uma pausa e seu rosto corou. - e porque eu tenho que falar com você.
Se meu coração pudesse estar batendo, estaria acelerado.
— Sobre...? - indaguei.
Sophi corou mais ainda e voltou a correr com mais pressa.
Corri mais depressa também para acompanhar o ritmo dela, parando bem do ao lado da garota que eu amava.
Eu estiquei a mão e ela enlaçou seus dedos com os meus. Fechei meus olhos e senti o vento batendo em meu rosto e o calor da mão de Sophi na minha. Também pude sentir que um sorriso brotava em meus lábios.
Quando abri novamente os olhos, vi que ela me fitava, contemplando-me. Ela percebeu que eu novamente abrira os olhos e desviou os seus para o chão.
Sua face corou.
Depois de mais poucos minutos, chegamos à campina; Sophi entrou sem hesitar e eu a segui.
— Então...? - perguntei, querendo mais do que tudo que ela dissesse as palavras.
— Alec eu... - ela parou sem saber como continuava.
— Pode me falar qualquer coisa, Sophie.
Ela suspirou e novamente desviou os olhos.
Sentei-me na relva para esperar.
Eu já estava impaciente quando ela soltou bem rapidamente:
— Alec, eu te amo.
Dei um sorriso radiante e me afundei no prazer que estas palavras me proporcionava.
Eu esperara três meses para ouvir essas palavras que mudariam meu mundo para sempre.
Sophie ainda estava lá parada, esperando alguma reação minha.
— Você... Você não me ama? - perguntou com lágrimas nos olhos.
Corri para ela e a tomei nos braços, girando-a no ar, como eu fazia quando ela era ainda um bebê.
Seus cabelos encaracolados e negros esvoaçaram-se e seus lábios se abriram num doce e puro sorriso.
— Claro que eu te amo, Sophi! - eu lhe disse. - Como poderia não amá-la?
Seu sorriso aumentou e eu não consegui mais me conter.
Meus lábios gelados tocaram os quentes dela.
O beijo foi algo mágico e delicioso. Minha língua se enchia do sabor doce de sua boca.
Nossos lábios davam resistência uns aos outros e nossas línguas se tocavam constantemente.
Esse, com certeza, foi o melhor beijo de toda a minha vida.
— Te amo Sophi. - sussurrei em seu ouvido depois que nossos lábios se separaram. - Te amo.
Ela sorriu e eu contornei toda a base de seu pescoço com beijos. Ela estremeceu.
— Também te amo, meu Alec.
Sorri com essas palavras.
— Vou te proteger sempre Sophie. - prometi a ela. - Não importa o que aconteça, eu vou te proteger para todo o sempre. Por você eu dou minha própria vida.
— Mesmo? - seus olhos brilharam.
— Sim. Se algo lhe acontecer, eu não saberia como sobreviver, pois você é minha vida, meu amor. Você é toda a minha luz. Você é a única pessoa que realmente me importa.
Lágrimas escorreram pelo seu rosto e eu as sequei com beijos. Sophi tomou meu rosto e me beijou novamente com mais ternura e amor. 
Deixei-me embarcar por todas as emoções quando nossos lábios se tocaram novamente. Nós éramos feitos um para o outro. Éramos a metade de um todo. Nunca poderíamos viver separados.
Mas, eu nunca imaginara que pudesse perdê-la um dia.

Jane.
— Jane, vamos dar um passeio? - perguntou Raphael depois de terminado seu desejum.
Assenti com a cabeça e olhei para Renesmee. Seu rosto estava sorridente, mas eu sabia o que ela escondia por dentro.
Segui-o e saímos da cozinha pela porta dos fundos.
Raphael pôs sua mão em minha cintura e me puxou para mais perto.
Com certeza meu coração estaria deleitado com a sensação que seu toque me causou.
— Para onde vamos? - perguntei sorridente. O destino não importava quando ele estava comigo.
— Para um lugar em que eu gosto de ficar. - ele sorriu. - Preciso conversar com você em um local onde mais ninguém possa ouvir. - ele indicou com o queixo à casa cheia e eu ri.
— Por mim tudo bem.
Caminhamos em silêncio enquanto ele me guiava.
Pulamos o rio juntos, ainda de mãos dadas e depois Raphael voltou a me segurar pela cintura perto de si.
Nós fomos até um lugar reservado da floresta e nos sentamos em uma pedra. O cheiro de resíduos e flores entrou pelas minhas narinas.
E, é claro que o cheiro maravilhoso de Raphael.
Depois de nos acomodarmos, ele se virou para mim e me olhou gravemente nos olhos.
— Jane... Eu te amo.
Meu coração afundou em alegria com essas palavras. Dei um sorrido resplandecente e ele sem muito mais esperar, aproximou seu rosto do meu e me deu um longo e saboroso beijo.
Nossas línguas se encontraram e se entrelaçaram. Seu gosto doce me embarcava em mais beijos deliciosos.
Nossos lábios não se desgrudavam muito. Só quando nós dois ficávamos ofegantes.
Mesmo assim, seus lábios não me deixavam... Beijando todo o meu rosto e meu pescoço, descendo depois para um ombro.
Inclinei meu pescoço para que seus lábios se acomodassem melhor e me aproximei mais dele.
Nós dois fomos feitos para sermos uma só pessoa, por mais diferentes que fôssemos, cada parte de nossos corpos se encaixava perfeitamente.
— Te amo. - sussurrei para ele que sorriu e me mordeu o lóbulo de minha orelha.
— Eu também te amo. Você é tudo para mim Jane. Não se preocupe com nada, pois vou te dar tudo o que precisar. E eu sempre, sempre, vou te proteger. - jurou ele.
Lágrimas de felicidade estariam escorrendo por meu rosto se eu pudesse chorar.
Raphael me beijou de novo e eu não consegui mais pensar em nada. Tudo o que eu sentia, tudo o que eu queria, eram seus lábios carnudos apertados contra os meus.
Minhas mãos foram para seu pescoço e as dele foram para minha cintura, nos deixando ainda mais próximos.
Suspirei e me entreguei ao amor pela primeira vez depois de séculos.
Era uma pena que eu não pudesse prometer a mesma coisa a ele.

Renesmee.
Eu sabia o que ambos foram fazer.
Finalmente eles iam se declarar. Finalmente iam dizer as palavras que os fariam completamente feliz.
Sorri para mim mesma enquanto arrumava um arranjo de flores em minha casa.
Finalmente eu me mudara para a reserva (e como prometido, Alec e Jane podiam vir aqui sempre que quisessem) e agora ajeitava minha pequena casa.
Decidi mudar o vaso para o outro lado da sala para perto da janela, onde receberia mais luz solar.
Passando por uma mesa onde meu marido tinha pendurado uma série de coisas, eu vi um calendário.
Agora eram exatamente dois dias contados para a batalha.

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