domingo, 17 de abril de 2011

40. Rápido demais...

40. Rápido demais...

Depois de mais algumas horas em observação naquele hospital, finalmente eu e meus dois filhos fomos para casa.
Alec discutia com Jake sobre quem deveria levar Sophie no colo. Alec acabou vencendo, pois meu marido teria que dirigir.
Dei risada da cara de Jacob. Alec triunfante foi a viagem inteira segurando Sophi no colo.
Raphael foi comigo, e com Jane que não tirava seus olhos grandes e vermelhos dele.
Quando chegamos à casa principal, todos já nos aguardavam. Tia Rose me ajudou a descer do carro e Emmet veio ver meus bebês, fazendo algumas piadinhas sobre Jacob e mim.
Corada entrei em casa, feliz por ter saído do hospital.
Meus bebês estavam bem acordados e vigilantes. Ambos já conseguiam sustentar o peso dos corpos sozinhos e, estavam maiores.
Eles cresciam tão rápido! Já podiam ser comparados com uma criança de um ano. Bem, Rapha parecia já ter dois.
Eles ainda não falavam. Mas, provavelmente estariam falando daqui a pouco. Carlisle estimava mais alguns dias, ou pior, apenas mais algumas horas.
Apresentei a casa inteira a eles, que sempre estavam sorrindo, mostrando as covinhas.
Alec e Jane nos acompanharam no tour. Jake teve que ficar descarregando algumas compras de Alice.
Nossa casa não seria ali e, sim na reserva quileute, mas a casa de lá ainda estava em reforma.
— Viu a casa de vocês por enquanto? - perguntei a eles. - Espero poder mudar logo para a reserva. Vocês dois vão amar, meus amores.
Essa frase fez com que Alec e Jane arregalassem os olhos.
— Que foi?
— Nessie... Não conseguimos ficar longe deles por muito tempo. E, com certeza não nos deixarão passar pela fronteira. - explicou Jane.
Pensei sobre o assunto. De fato, os vampiros não eram 100% aceitos lá, mas mesmo assim eu daria um jeito.
— Não se preocupem. Dou um jeitinho. - falei e sorri para os dois.
— Por favor. - imploraram eles.
 Assenti com a cabeça e ambos se acalmaram, repousando os olhos nos meus bebês.
— Quando será que vão poder falar? - perguntou Jane.
— Não sei. - respondi tentando esconder em como esse assunto me assustava.
— Provavelmente logo. - falou Alec.
Limpei a garganta e olhei bem para os meus gêmeos. Sophie já quase dormia, mas Raphael estava desperto. Seus olhos negros me fitaram intensamente, como se já entendessem tudo.
— Vocês podem falar, meus pequenos? Podem? - perguntei com lágrimas nos olhos.
Era cedo demais!
Raphael deu um doce sorriso e abriu os lábios vermelhos.
Seu cabelo negro caia levemente na testa.
— Pode dizer mamãe, filho? - perguntei de novo. Dessa vez Sophi despertou de vez e também sorriu, me reconhecendo.
— Ma... Mamãe. - falaram os dois em uníssono.
As lágrimas que eu represava escorreram dos meus olhos. Por mais emocionante que fosse esse momento, eu ainda achava que teria mais tempo de curtir meus dois amores. Eu estava enganada.
Carlisle estava enganado. Não foram questões nem de dias nem de horas. Foram apenas questões de minutos para que os dois falassem.
— Alec. - falou Sophi e olhou para ele.
Alec não se coube de tanto orgulho e tomou Sophie dos meus braços, girando-a no ar.
Depois foi a vez de Jane.
— Jane. - falou a vozinha de Raphael.
Jane riu e tomou nos braços, abraçando-o.
Meus braços caíram, subitamente muito leves.
Logo, Sophi e Rapha não caberiam ali.
Mais lágrimas escaparam.
Alec.

— Alec.
Só de ouvir a voz maravilhosa de Sophie me chamando, meu mundo inteiro se encheu de alegria.
Prontamente, tomei-a dos braços de Renesmee e a girei no ar.
Minha garotinha riu e disse mais vezes o meu nome.
Agora eu sabia o que era imprinting. Aconteceu quando a vi nos braços de Jacob...
Flashback on
Eu estava desolado.
Renesmee quase morrera e agora sorria para os monstrinhos que quase tiraram a vida dela.
Era mais do que eu podia suportar.
Sai do quarto enquanto Nessie me chamava.
Fui para o corredor e escorreguei pela parede, pondo a cabeça entre os joelhos.
Eu podia ouvir tudo no quarto. Inclusive a discussão que se seguiu. Aparentemente, meu antigo clã já sabia da existência dos dois pestinhas.
E... E Jacob surtou.
Pela fresta da porta pude ver seu corpo inteiro tremendo, pronto para mudar de forma. Com Sophie nos braços.
Não sei o que me deu (e acho que nunca vou saber), mas não consegui ficar parado.
Nessie deu tudo o que tinha por aquela criança e agora Jacob pretendia tirar dela?!
Jane que havia escutado o gritado Não! De Jacob veio ver o que acontecia.
Não prestei atenção no que ela falava.
— Não! - gritei.
Pulei em cima do cachorro com um rosnado. Peguei Sophie nos braços e atirei o cão contra uma janela do hospital.
E então eu olhei para o rostinho dela. Tão delicado. Tão perfeito.
Eu não sabia mais quem era. Tudo o que eu sabia era que pertencia a ela.
A conectividade com o restante do mundo se partiu, deixando-me preso somente àquela criatura nos meus braços.
Ambos sorrimos um para o outro.
Flashback off.
Sim, eu estava apaixonado.
E agora que Sophie estava nos meus braços, ainda falando meu nome com os olhinhos brilhantes, não consegui impedir e disse:
— Te amo Sophie Carly Cullen Black.
A garotinha em meus braços riu, deixando minha visão focalizada nela. Nela e em mais ninguém, tanto que não notei que Jane dizia a mesma coisa à Raphael, ou que Renesmee chorava.

Jane.

Meu mundo se concentrava apenas naquele ponto. Raphael.
Eu não conseguia me prender a mais nada. Apenas naquele garoto que se tornara minha vida.
Como eu já o amava! Ele simplesmente, meio que despertou o verdadeiro amor em mim.
Claro que eu tinha amor por Karina e por Alec, mas por Raphael era diferente.
Eu queria que ele fosse feliz e mais nada. Não importava que ele não me amasse do mesmo jeito. Eu ia ser feliz se ele estivesse feliz.
Olhando em seus olhos negros enquanto que ele repetia meu nome, percebi que ele correspondia meus sentimentos. Ele me olhava da mesma maneira, com o mesmo brilho no olhar que eu tinha quando o via.
Não podia me reconhecer agora. Nunca fora de me apaixonar e nem de ficar feliz, pelo menos não em minha vampiresca, na verdade não fui mais feliz depois da morte do meu pai.
Senão fosse por seu fim, eu nunca teria virado o que era hoje, nunca teria me tornado uma vampira. Nunca teria conhecido Raphael. Nunca estaria com ele nos braços agora.
Eu agradecia ao meu destino. Com certeza eu passaria por tudo de novo. Só por ele.
Meu Raphael.
Como que adivinhando os meus pensamentos, ele deu uma leve risada, pegando em alguns fios de meu cabelo.
Raphael tinha um pouco mais do dobro do tamanho de Sophi, mesmo sendo gêmeos.
E, logo ele cresceria.
Eu não podia negar que ficava feliz com esse fato, pois seria bem menos tempo sem ele falando que me amava do mesmo jeito que eu falava agora.
Minha mente estava tão concentrada nele que nem sequer pensei em Aro.
Sequer pensei que ele desejaria essas crianças.
Se eu tivesse pensado, no futuro não teria acontecido o que aconteceu.

Renesmee.
Semanas se passaram e meus filhos cresciam rapidamente.
Estavam quase do tamanho em que parariam. Com quinze anos.
As palavras esparsas deram lugar a frases completas.
Sophie adorava ler, já Raphael gostava de aprender a lutar.
Ele e Jacob treinavam constantemente. Jane e eu estávamos sempre ali para apoiá-lo. Logo, ele já sabia todos os golpes e truques. Logo ele já havia aprendido a lutar muito bem. Até melhor do que o próprio pai.
Alec e Sophie não treinavam. Assim como Jacob, Alec era super protetor, por isso levava Sophie para passear nas horas de treinamento.
Jacob ficava quase agradecido a ele. Quase.
 E eu ainda ficava tranquila com esses passeios, pois Sophie ainda não tinha atingido seu crescimento total, por isso ainda não entedia certas coisas. Ou eu pensava que não entendia, por que na verdade, eu já via o jeito como ela olhava para Alec. E, é claro, o jeito como ele olhava para ela.
Carlisle dava apenas mais alguns dias para o desenvolvimento completo deles. E junto com esse desenvolvimento viria também o poder de se transmutar e outro dom vampiresco também poderia vir.
Alec e Jane estavam super felizes. Logo eles estariam ouvindo da boca de meus filhos a fala mais esperada pelos dois.
Enquanto essa fala não saia, os ex gêmeos bruxos eram pacientes e educavam meus filhos.
E eu... Eu tentava viver a vida, mesmo que fosse difícil, pois meus filhos cresciam rápido demais.
E, claro eu tentava controlar Jake, que quase faltava pular no pescoço dos meus futuros genros.
Eu ria quando ele fazia a cara franzida que só ele sabia fazer e tentava acalmá-lo como podia.
Jacob agora se prevenia para não termos mais filhos. Ele já sabia das consequências.
Enfim... O tempo passava muito rápido. E também se esgotava.
Em apenas mais duas semanas estaríamos frente a frente com os Volturi.
A casa principal já estava lotada. Não esperávamos mais ninguém. Estávamos completos.
Só não estávamos prontos para lutar. O clã Volturi era muito poderoso e eu não podia me dar ao luxo de perder meus dois filhos.
Realmente, eu não perderia os dois.
E, realmente, o tempo estava se esgotando para todo o sofrimento que viria em seguida.
Por que nós nunca podemos ser felizes sem que nada venha nos atrapalhar?
Por que tínhamos que ser o alvo dos Volturi?
Aliás, só dos Volturi não. Ainda não nos esquecemos do Joham. E nunca nos esqueceríamos da batalha.
A batalha que levou parte do meu coração.

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