sábado, 9 de outubro de 2010

16. Encontro

Sim, eu amava os dois, mas o meu sentimento por Alec era mil vezes menor do que meu sentimento pelo o Jake!
Os dois ainda me fitavam, preocupados.
− Jake... Vamos embora! – sai do transe.
Desta vez ele me obedeceu e correu para a floresta.
Comecei a ir atrás dele, mas Alec me segurou pela cintura e sussurrou:
− Quando o lobinho adormecer venha me encontrar aqui mesmo. Vou ficar te esperando.
Ele não me deixou responder, saiu correndo e eu após um instante corri atrás de Jacob. Por um momento o encontro com Alec ficou esquecido.
***
Corri em silêncio, seguindo o cheiro de Jacob.
Depois de mais um quilômetro chegamos ao local do nosso acampamento.
Eu esperei ali, Jake entrou novamente na floresta para se transformar e se vestir. Saiu na forma humana e ficou me encarando, entristecido.
− Jake... – eu tentei começar, mas ele balançou a cabeça negativamente.
− Não quero discutir... Vamos esquecer isso, sim? – ele tentou sorrir, mas sua tentativa não deu certo.
− Então está tudo bem?
− Sim, pois vamos embora amanhã e você não vai se ver mais com aquele sanguessuga. – ele falou e o sussurro de Alec novamente ecoou na minha mente. – Vamos dormir.
Eu assenti e também me decidi... Eu iria me encontrar com ele.
***
Assim que Jacob dormiu, sai da barraca com muito cuidado para não acordá-lo e entrei na floresta, lá comecei a correr.
Cheguei a meu destino em uns dez minutos. E ele estava lá esperando por mim, leve e divertido.
− Então você veio! – falou ele e riu, o som do seu riso provocou o aceleramento de meu coração.
− Sim, eu vim... Pois, esta vai ser a primeira e a última vez que nos encontraremos. – lhe respondi e ele ficou calado, mas o sorriso não se abalou em nada.
Suspirei e ele começou a se mover para perto de mim, em um segundo ele estava segurando minha mão e em outro estava se inclinando para encostar seus lábios frios nos meus.
−N... – tentei dizer, mas era tarde demais. Seus lábios gelados se encontraram com os meus e comecei a retribuir o beijo, não havia como não retribuir.
Ficamos nos beijando por mais alguns minutos, até que eu não conseguia mais respirar. Ele se afastou e pôs seus lábios em meu pescoço, dando-me a chance de respirar.
− Seu cheiro é de dar água na boca. – ele me falou.
Eu sorri, enquanto tentava me restabelecer.
− Eu queria ficar com você para sempre! – exclamou ele. – Porque você não fica comigo para sempre?
Suspirei.
− Porque eu amo o Jacob.
− Parece que você me ama também, senão não estaria aqui comigo agora e correspondido o meu beijo!
− Sim, eu o amo, mas... Amo mais o Jacob! Nós fomos feitos um para o outro! Você encontrará alguém que te ame, Alec!
− Você é quem eu amo!
Suspirei novamente e os lábios dele passaram para os meus novamente, e novamente eu correspondi.
Minha mente estava cheia do hálito de Alec! Era tão doce e me fazia cócegas.
− Por que não me conta a sua história? – perguntei quando sua boca passou para me pescoço.
− Quer mesmo escutá-la?
Assenti e ele se restringiu a passar o braço pela a minha cintura.
− Eu e Jane vivíamos na Itália Renascentista. Éramos filhos de um burguês muito poderoso. – o seu olhar se perdeu, vendo imagens que eu nem podia pensar. – Nós descobrimos que possuíamos poderes aos catorze anos e os usamos.
“Aos quinze fomos acusados de sermos bruxos e fomos condenados a ser queimados na fogueira.”
Seu olhar voltou-se para o meu rosto.
“Os Volturi ficaram sabendo que existiam dois adolescentes muito poderosos na região Romana e que eles seriam mortos na fogueira.”
“Então eles mandaram Felix e Demetri nos salvarem no dia em que íamos queimar... Mas isso não foi necessário, pois eu e Jane usamos nossos poderes e nos livramos.”
“Então nós fomos até Aro e ele nos transformou... Foi muito, muito doloroso. E quando a dor e nossos corações pararam, estávamos sedentos. Essa sede durou mais ou menos um ano.”
− Durante esse um ano, também aprendemos a controlar nossos poderes. A usá-los quando era realmente necessário.
“Começamos a ‘ajudar Aro’ depois de dois anos. Ele nos considera sua relíquia.”
− E vocês gostam de viver entre os Volturi? – perguntei.
− Sim, pode-se dizer que sim, pois temos tudo o que precisamos e até somos felizes. – ele parou – Mas... É claro que eu seria mais feliz se você viesse viver comigo.
− Mas você vai ter que continuar feliz sem mim! – lhe falei e fiz um beicinho.
Ele suspirou e sua face de querubim ficou triste.
− Acho que vou ter que me conformar. – ele me respondeu.
Assenti e suspirei.
Pus minha mão em seu rosto para que ele pudesse ler meus pensamentos.
Ele suspirou novamente e a sua mão que estava na minha cintura me apertou – ele não queria que eu fosse.
− Tenho que ir! – verbalizei meus pensamentos.
− Não quero que vá! – ele me falou e seu rosto se entristeceu.
Tirei sua mão de minha cintura.
− Tenho que ir, Jacob logo acordará.
Isso me lembrar da traição que cometi para com o Jake e que ele logo ficaria sabendo que eu e Alec nos beijamos. Mas, eu não queria enfrentar os problemas agora... Eu só queria curtir meus últimos minutos com Alec.
− Tudo bem... Mas antes... – ele se inclinou novamente e encostou seus lábios nos meus, depois suspirou e me largou.
− Até uma próxima vez. – ele falou e em minha mente pensei “Não vai ter uma próxima vez”, mas não verbalizei meu pensamento, apenas me despedi com um aceno e corri.
***
Cheguei à barraca e Jacob ainda estava dormindo.
Entrei e me deitei com muito cuidado para não acordá-lo.
Após fechar meus olhos eu só conseguia pensar no rosto de Alec e em seus lábios encostando-se nos meus. Sorri e adormeci com este pensamento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário