terça-feira, 19 de abril de 2011

48. Batalha - Parte I

48. Batalha. - Parte I

Tudo virou uma confusão.
Vampiros e híbridos lutavam. Eu me sentia confusa e sozinha.
O que eu faria agora? E meus filhos?
Não tive tempo de pensar, porque Nahuel apareceu bem na minha frente.
— Olá, Nessie. Como vai? - perguntou ele em meio ao alvoroço de gritos.
Ele começou a me atacar. Por sorte eu me defendia de todos os seus ataques.
Ele me pegou de surpresa e me deu um chute. Voei pela campina e pousei com dificuldade perto das árvores da floresta.
Nahuel não perdeu tempo e veio até mim.
— Pronta para morrer? - ele tinha um sorriso sereno no rosto.
Dei um grito quando ele me atingiu no estômago.
Levantei-me depressa e corri. Eu sabia que devia atacá-lo também, mas eu não queria matá-lo. Não queria matar ninguém.
Olhei para a confusão que era a batalha; viam-se corpos por todos os lados. Não reconheci ninguém de nosso lado. Pelo que pude ver eram corpos Volturi.
Estaríamos ganhando a guerra?
Nahuel não me deu tempo para verificar. Nocauteou-me novamente, mas consegui me defender.
— Nahuel... Pare! - gritei. - Eu não preciso te machucar.
Ele deu um riso amargo.
— Você? Me machucar? Tenha dó. - ele ria.
Ouvimos um grito na campina. Era de Alice.
Meu Deus... Será que...
— Morra! - gritou ela e atirou um fósforo em Maria, que jazia morta no chão.
Seu corpo que estava sem cabeça, pegou fogo. A primeira pira.
Embora corpos estivessem no chão, ninguém tinha tempo de ascender à pira, mas é lógico que Alice não deixaria de ascender a sua.
Ela fez uma rápida dança da vitória - coisas de Alice - e depois partiu para matar outro vampiro.
Nahuel balançou a cabeça e voltou o olhar para mim.
— Acho que é a minha vez de te matar, não? - perguntou ele para mim e piscou.
Ouvi outro grito. Desta vez de Sophie.
Nahuel me deu outro chute naquela hora, de modo que não pude ver o que aconteceu com minha filha.
Ele obrigava-me a entrar na floresta.
Reparei que era a mesma floresta que eu havia sonhado.
— Você... - murmurei reconhecendo o local.
— O sonho? Ah, sim. Este é meu dom, Renesmee. Eu entro na cabeça das pessoas e implanto o que eu quiser. Claro, que só quando elas estão dormindo. - ele franziu a tez.
— Meu... Deus. - foi tudo o que eu pude falar.
— Não use o nome Dele em vão, Nessie. - ele sorriu. - Se você tiver sorte, vai encontrá-lo com ele ainda hoje.
Ele riu. Um riso cruel.
Ouvi mais gritos da clareira. Reconheci sendo de Jane, Alec e Sophie. O de Raphael eu não ouvira nenhuma vez desde que começara a guerra.
Decidi que estava na hora de começar também. Nahuel não iria mudar agora. Ou eu matava, ou acabava morta.
E eu não podia morrer. Tinha filhos, um marido, uma família. Quem iria morrer era Nahuel.
Quando ele deu o próximo golpe, sumi por entre as árvores.
Subi em uma e esperei ele ficar bem embaixo do galho em que me encontrava.
Depois pulei em cima dele e o derrubei na relva.
— Quem vai ser morto agora, Nahuel? - perguntei a ele.
Ele urrou e eu lhe arranquei a cabeça.
Lágrimas caiam por meu rosto.
Eu não queria ter feito isso. Não queria ter matado ninguém, mas o que eu poderia fazer?
Peguei a caixinha de fósforos que estava no meu bolso da calça e ascendi um, jogando-o em seguida sobre o corpo de Nahuel.
Instantaneamente, ele pegou fogo e eu comecei a chorar.
Deitei ali mesmo com lágrimas ensopando-me e respirei o ar que cheirava a queimado e a carne fritada.
Eu não podia imaginar que este seria o meu maior erro. O erro que me faria - junto com a minha família. - sofrer mais tarde.

Sophie.

A batalha tinha virado uma confusão. Eu não sabia o que deveria fazer.
Procurei Alec em meio à confusão e o achei. Estava procurando por Marcus, mas lutava contra um escudo.
Rapidamente ele arrancou a cabeça do escudo e ascendeu a pira. A segunda.
Marcus tinha uma cara de desinteressado enquanto Alec corria até ele.
Quando Alec estava quase lá, um híbrido chegou até ele. O menino - não deveria ser mais velho que eu - tentava chegar até a cabeça de meu Alec.
Porém, Alec usou seu dom no garoto e acabou com ele, ascendendo à terceira pira.
Soltei um suspiro de alívio, mas não pude mais vê-lo, pois uma híbrida agora tentava me matar.
Ela me deu um chute forte na barriga que eu voei para trás e bati numa árvore, gritando de dor ao cair no chão.
Fiquei furiosa.
Corri até a garota, que tentou me dar outro chute, mas consegui fugir dele.
Na verdade, eu estava pronta para receber o chute quando pensei em estar nas costas da garota. Meio segundo depois, era lá que eu me encontrava, segurando a cabeça dela entre minhas mão e a arrancando.
O corpo caiu no chão e eu botei fogo nele. A quarta pira.
Como eu fizera aquilo?
Alec me olhava do outro lado da campina. Tinha um sorriso nos lábios.
Quando viu que eu o olhava, murmurou:
— Seu dom, meu amor, você se teletransporta. - ele sorriu de novo e depois voltou para a luta.
Então eu tinha um dom. Tinha mesmo um dom.
Sorri e também voltei para a batalha.
Ninguém me via quando eu subia em suas costas e arrancava a cabeça, pondo fogo em seguida.
Procurei mamãe para ajudá-la, mas não a encontrei.
Nem a ela nem a Raphael. Onde estaria meu gêmeo?
Pelo canto do olho, vi que Bella acabara com Renata.
Sorri. Pelo que podia ver, estávamos ganhando a guerra.
Procurei também pelos anciãos, mas eles não estavam aqui. Nenhum dos três.
Onde estariam?
Foi quando achei Aro.
Ele empurrava Joham para Jasper o pegar. O vampiro deu grito de raiva.
— Por quê? - perguntou gritando.
— Acha mesmo que iria sobreviver? E se sobrevivesse eu nunca o deixaria vivo.
Aro desapareceu enquanto Jasper pegava Joham e arrancava-lhe a cabeça, pondo o corpo em uma pira recentemente acesa.
Fiquei procurando outros para atacar, mas podia ver que a situação estava confortável para nós. Nenhum de nosso exército morrera, mas todos os outros Volturi... Como isso ocorrera?
Foi quando senti um aperto no coração.
A dor era tamanha que eu não podia mais respirar.
Dei um grito que reverberou por toda a campina.
— Sophi! - ouvi Alec gritando, mas eu não conseguia parar de gritar.
Foi quando um híbrido que ainda não havia sido morto veio até mim.
— Presa fácil. - disse e estava pronto para arrancar minha cabeça quando Alec surgiu por trás e foi mais rápido.
Num instante depois, o híbrido estava em uma fogueira.
— Sophie... Você está bem, meu amor? - perguntou ele com os olhos preocupados. - O que aconteceu?
Eu ainda não podia responder. A dor ainda estava em mim.
Céus! O que estava acontecendo?
Dei um último grito e depois acabou. Tudo, a dor e o medo.
Olhei nos olhos de meu Alec com a visão embaçada por causa das lágrimas.
— Sophie, o que aconteceu? - gritou ele. - Carlisle!
Afastei-me dele e de Carlisle que vinham até mim e corri para as árvores.
Inclinei-me sobre meus joelhos e vomitei violentamente.
Depois, limpei a boca com a mão e olhei a minha volta. A batalha havia acabado e nós havíamos ganhado.
Mas, acontecera algo de errado. Só queria descobrir o que.

Renesmee.

Eu ainda chorava quando ouvi os gritos.
Os gritos vinham de duas direções. Da campina e de mais adentro na floresta.
Os dois eram de meus filhos.
Fiquei desesperada. O que havia acontecido?
Uma dor atingiu meu coração naquela hora. Algo de ruim estava acontecendo, mas o que seria?
Culpei-me mentalmente. Eu ficara ali, chorando por matar alguém que merecia a morte enquanto meus filhos estavam lá, lutando.
Levantei-me, mas eu não sabia para onde ir, ou ia para dentro da floresta ou para a campina.
Decidi ir até a campina onde estava acontecendo à guerra.
Sai de dentro das árvores para a campina cheia de piras, com o fogo já não mais ardendo.
Sophie estava tremendo nas mãos de Jacob.
Corri até ela.
— Sophie! O que aconteceu? - perguntei.
Ela me olhou. Seu olhar era abarcado de dor e sofrimento.
— O que foi? - eu gritei. - O que aconteceu?
Alec estava vindo até mim.
— Alec! O que aconteceu?! - eu quis saber.
— Eu não sei! - ele também estava desesperadamente preocupado com Renesmee. - Ela começou a gritar do nada! Eu não sei o que está acontecendo com ela! Não sei como ajudar!
Virei-me novamente para minha filhinha.
— Querida, o que aconteceu? - perguntei a ela.
—Não sei, mamãe. Não sei, mas foi algo horrível. - ela começou a chorar e Alec a tirou das mãos de Jacob e a abraçou.
— Nada aconteceu, meu amor! Estamos bem. Não chore. - ele tentava acalmá-la.
— Jake... - eu ia começar.
Meu marido me abraçou.
— Não sei Nessie! Não sei o que deu nela! - ele murmurou.
Voltei-me para a campina onde a batalha já tinha acabado.
Jane também estava desesperada e olhava por entre as árvores.
— O que aconteceu, Jane? - perguntei e fui até ela.
— Nessie... Cadê o Raphael? - seus olhos vermelhos me fitaram com preocupação.
Então eu percebi. Os outros gritos, eu havia me esquecido deles. Os outros gritos que eram de Raphael.
Senti-me tonta e me recostei em Jake.
— Jake, nós... - tentei falar, mas apaguei.
A escuridão me tomou pó completo e eu cai na relva.
Mesmo estando inconsciente, a dor não me deixou.
Eu era a culpada. Eu tinha que ter corrido para a floresta para ajudá-lo, mas não; enganei-me e corri até a campina, onde tudo já tinha terminado.
A culpa era toda minha.
Mesmo estando desmaiada, eu ainda ouvia os gritos cortantes de sofrimento de Raphael.
Os gritos que me chamavam. Os gritos que me faziam arder em chamas por dentro agora.
Os gritos que eu nunca esqueceria. Nunca, jamais. Estariam gravados em minha mente pela eternidade. 
Eu ainda tinha uma esperança secreta. Tinha de tê-la, tinha de acreditar que estava tudo bem com ele.

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